A igreja em cada etapa da sua existência enfrenta desafios pertinentes à época em que vive. Os questionamentos e desafios de ontem não são os mesmo de hoje e não serão os mesmos de amanha.
Assim, a sociedade ao transformar-se modifica também as necessidades das pessoas. Ainda que o evangelho não muda na sua essência, a forma e a maneira de se dirigir ao outro muda. Tem que gente que não consegue entender isso e diz ou escreve que a igreja funciona ou é determinada pelo contexto. E tem outro jeito?
O que precisamos discutir em cada geração é algo mais profundo. Como reage a igreja às mudanças da sociedade? Suzanne de Dietrich indica duas polaridades: a igreja que se enclausura e se torna um gueto de “salvos”, e a igreja que se amolda ao estilo de vida pagão e se deixa dominar pelo secularismo.
Concordo com essa autora. Me parece que as duas polaridades são encontradas na igreja brasileira. Temos grupos ou igrejas locais que são exclusivistas e veem-se como melhores do que as demais igrejas. Limitam-se a estudar teologia desde a sua perspectiva e a aplicar esses estudos para analisar quem não pertence ao seu grupo. A conclusão é lógica e mais do que óbvia: os outros estão errados, pois se estivessem certos estariam dentro daquele grupo e do outro ora analisado. Assim sendo, temos títulos como: uma análise da —— a partir da perspectiva —–. Elementar Rev. Watson!
Temos ainda grupos ou igrejas locais que são mentes abertas (pelo menos se veem assim). Pessoas que vão se amoldando ao estilo de vida do presente momento. Não encontram no padrão atual nenhum dilema ou nenhuma coisa que afete o seu cristianismo. Por isso, não veem problema algum em ser ou fazer o que todos são e fazem. Afinal, quem quer ser taxado(a) de radical, intolerante, sem noção ou algo semelhante?
O primeiro grupo perdeu a luz em alguma sala ou porão da igreja. O segundo grupo deixou o sal tornar-se insípido. Nenhum dos dois grupos servem para os propósitos missionários de Deus. Vão morrer abraçados. Um super feliz cantando cânticos para jesus (letra minúscula mesmo) e o outro super feliz sendo tudo para com todos e nada para com o reino.
O que fazer então?
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Antonio Carlos Barro – Doutor em Estudos Interculturais pelo Fuller Theological Seminary(California/EUA), Fundador da FTSA e atual Diretor Geral da FTSA, Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.